
Pela quinta sessão seguida, os fundos de índice (ETFs) de Ethereum (ETH) registraram captações líquidas superiores às de Bitcoin (BTC), sinalizando uma mudança de preferência de investidores institucionais e de varejo. Entre 17 e 23 de julho de 2025, o volume de entradas nos produtos baseados em ETH superou consistentemente os fluxos dos correspondentes em BTC, mesmo após o ativo “rainha” das criptomoedas renovar máximas históricas. Neste artigo, você vai entender:
- O que são ETFs de criptomoedas
- Histórico de lançamento e consolidação de ETFs de Bitcoin e Ethereum
- Dados detalhados dos fluxos nas últimas cinco sessões
- Principais gestores por trás desses fundos
- Impacto nos preços e no mercado de criptoativos
- Drivers institucionais que explicam a crescente demanda por Ethereum
- Comparativo entre Bitcoin e Ethereum em termos de tecnologia e uso
- Estratégias de investimento e pontos de atenção
- Cenários futuros e implicações para o mercado cripto
1. O que são ETFs de Criptomoedas
Um ETF (Exchange-Traded Fund) de criptomoeda é um fundo negociado em bolsa que replica o desempenho de um ativo digital, como Bitcoin ou Ethereum. Em vez de comprar as criptomoedas diretamente numa exchange, o investidor adquire cotas do ETF em mercados regulamentados, aproveitando:
- Custódia profissional do ativo digital
- Liquidez e transparência de uma bolsa tradicional
- Conveniência de negociação via corretoras convencionais
- Exposição ao preço do ativo sem necessidade de carteira digital
No Brasil, ainda não há ETFs de criptomoedas, mas nos Estados Unidos esses fundos passaram a atrair grande volume de recursos desde o lançamento do primeiro ETF de Bitcoin em janeiro de 2025.
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2. Histórico de Lançamento e Consolidação
Os principais marcos na trajetória dos ETFs de BTC e ETH nos EUA são:
- Janeiro de 2025: aprovação dos primeiros ETFs à vista de Bitcoin, como IBIT (BlackRock) e BTCO (Grayscale).
- Julho de 2024: autorização dos ETFs de Ethereum, com ETHA (BlackRock), FETH (Fidelity) e ETHE (Grayscale) abrindo caminho para exposição ao segundo maior ativo por valor de mercado.
- Primeiro ano após cada lançamento: Bitcoin concentrou maior volume inicial, mas Ethereum demorou seis meses para ganhar tração institucional.
Nos primeiros doze meses, os ETFs de Ethereum registraram crescimento modesto e ficaram atrás dos produtos de Bitcoin em termos de volume total captado. A partir de julho de 2025, no entanto, o cenário começou a mudar.
3. Fluxos nas Últimas Cinco Sessões
Dados compilados por SoSoValue e veiculados no site Livecoins mostram que, entre 17 e 23 de julho, os ETFs de Ethereum superaram os de Bitcoin em captações líquidas cinco dias consecutivos:
- 17 de julho: Ethereum US$ 602,0 milhões / Bitcoin US$ 522,6 milhões
- 18 de julho: Ethereum US$ 402,5 milhões / Bitcoin US$ 363,5 milhões
- 21 de julho: Ethereum US$ 296,5 milhões / Bitcoin –US$ 131,4 milhões
- 22 de julho: Ethereum US$ 533,8 milhões / Bitcoin –US$ 68,0 milhões
- 23 de julho: Ethereum US$ 332,2 milhões / Bitcoin –US$ 85,8 milhões.
Esse movimento indica não apenas fortes aportes em ETH, mas também saídas líquidas em produtos de Bitcoin, refletindo reequilíbrio de carteiras.

4. Recordes Diários e Líderes de Captação
Em 13 de agosto, segundo a CriptoFácil, os ETFs de Ethereum captaram US$ 729,1 milhões em um único dia — o segundo maior fluxo diário da história desses fundos, atrás apenas dos US$ 1,02 bilhão registrados em 11 de agosto de 2025. O principal responsável foi o ETHA, da BlackRock, que acumulou mais de US$ 500 milhões só nessa sessão. O FETH, da Fidelity, captou US$ 154,7 milhões, enquanto ETHE (Grayscale) adicionou US$ 51,3 milhões e o EETH (Bitwise) fechou com US$ 10,8 milhões de entradas. Por outro lado, os ETFs de Bitcoin tiveram entradas líquidas de apenas US$ 86,9 milhões na mesma data.
5. Principais Gestores e Produtos
Os maiores captadores de recursos em ETFs de Ethereum são:
- BlackRock (ETHA): líder destacado, conquistou registro de entradas consecutivas superiores a US$ 500 milhões.
- Fidelity (FETH): cresce em participação, atraindo investidores em busca de diversificação.
- Grayscale (ETHE): produto tradicional que manteve fluxo sólido, embora menor que as gestoras emergentes.
- Bitwise e VanEck: atuam com volumes menores, mas reforçam a oferta de opções.
Em ETFs de Bitcoin, os principais fundos são:
- IBIT (BlackRock): dominante no segmento, mas com variação de fluxo nos últimos dias.
- GBTC (Grayscale): antigo trust que migrou para modelo ETF.
- Outros players como Fidelity e Valkyrie mantêm participação residual no mercado de Bitcoin.
6. Impacto nos Preços de ETH e BTC
A forte entrada de capital em ETFs de Ethereum fez o preço do ETH disparar até US$ 4.800, aproximando-se de sua máxima histórica de US$ 4.878, registrada em novembro de 2021. Essa valorização de quase 2% no dia da grande captação e de 28% nas últimas semanas supera o desempenho de Bitcoin, que subiu 5,2% no mesmo período.
Enquanto o ETH reagiu positivamente aos fluxos, o BTC renovou recorde em US$ 124 000, mas registrou correções moderadas logo depois. A disparidade de performance nos últimos dias reforça o peso da demanda institucional direcionada ao Ethereum.
7. Drivers Institucionais
Vários fatores explicam a migração de recursos:
- Adoção de Ethereum como plataforma de contratos inteligentes, DeFi e tokens não fungíveis (NFTs).
- Expansão de produtos “wrapped” e tokenizados de ativos que usam a blockchain do ETH.
- Expectativa de melhorias em escalabilidade e redução de taxas após atualizações técnicas (Shard Chains e Layer 2).
- Diversificação de portfólio: gestores buscam exposição a diferentes usos de criptomoedas, além de reserva de valor.
- Políticas de stablecoins e regulação americana mais clara, conferindo segurança às operações em ETH.
Essa confluência de uso prático e visão de longo prazo torna o Ethereum atraente para investidores buscando mais do que mera valorização de preço.
8. Bitcoin x Ethereum: Diferenças Tecnológicas e de Caso de Uso

- Blockchain: Bitcoin foca em reserva de valor, com segurança e descentralização; Ethereum expande funcionalidade via smart contracts.
- Velocidade e custo: transações de ETH podem ser mais rápidas, mas sofrem com alto “gas fee”. Atualizações visam otimizar esse ponto.
- Desenvolvimento de ecossistema: DeFi, NFT, DAOs e jogos on-chain reforçam demanda por ETH.
- Oferta monetária: Bitcoin tem teto fixo de 21 milhões de moedas; Ethereum migrou para modelo deflacionário após EIP-1559.
Investidores levam em conta essas diferenças ao alocar recursos, usando Bitcoin como hedge e Ethereum como “combustível” para inovação blockchain.
9. Estratégias de Investimento e Gestão de Risco
Para aproveitar a tendência de fluxos em ETFs de Ethereum, analistas recomendam:
- Dollar-Cost Averaging (DCA) em cotas de ETHA e FETH para suavizar volatilidade.
- Avaliar custos de gestão: comparar taxas de administração entre produtos.
- Monitorar indicadores on-chain: volume de transação, endereços ativos, saldo em exchanges.
- Definir limites de perda (stop-loss) pelo papel do ETF, não do preço do ETH em spot.
- Diversificar em ETFs complementares de tokens DeFi e altcoins robustas para equilibrar risco.
Essas práticas ajudam a surfar a onda de demanda institucional sem se expor de forma excessiva à alta volatilidade do mercado cripto.
10. Riscos e Pontos de Atenção
Apesar do momento positivo, é crucial considerar:
- Possíveis mudanças regulatórias nos EUA que afetem ETFs de ETH e BTC.
- Correções bruscas de preço caso o fluxo de entradas desacelere.
- Risco de concentração: BlackRock responde por parcela significativa das captações, gerando dependência.
- Volatilidade intrínseca: prêmios de risco podem levar a perdas expressivas em curto prazo.
- Competição de redes concorrentes, como Solana, Avalanche e Polkadot, que também lançam ETFs no futuro.
Investidores devem manter carteira alinhada ao perfil de risco e revisar exposições regularmente.
11. Perspectivas Futuras e Cenários
No horizonte de curto a médio prazo, três cenários podem se desenhar:
- Otimista: fluxo de boletos de captação segue forte, ETH atinge US$ 6 000 até o fim de 2025.
- Moderado: entradas se estabilizam, mantendo preço entre US$ 4 000 e US$ 5 000, com Bitcoin reequilibrando participação.
- Pessimista: regulação mais rígida ou concorrência intensa leva a correção, revertendo parte dos ganhos recentes.
O acompanhamento de decisões de órgãos como a SEC e movimentos de grandes gestoras será determinante para confirmar o rumo do mercado.
12. Conclusão
O fato de os ETFs de Ethereum superarem, por cinco dias seguidos, os de Bitcoin reflete uma clara mudança de preferência de investidores institucionais em busca de casos de uso e inovação. Apesar de Bitcoin manter seu papel de reserva de valor e renovar máximas históricas, Ethereum ganha protagonismo graças à sua versatilidade e perspectiva de ampliação do ecossistema DeFi e Web3.
Para quem almeja se posicionar nesse mercado, é essencial entender as diferenças tecnológicas, acompanhar fluxo de ETFs, diversificar exposições e gerenciar riscos de forma disciplinada. O momento atual reforça a tese de que a maior altcoin caminha para consolidar-se não apenas como ativo especulativo, mas como infraestrutura fundamental para a próxima geração de aplicações financeiras e digitais.