
O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026, enviado ao Congresso Nacional pelo governo federal, sinaliza uma mudança estratégica na alocação de recursos públicos. Em um ano eleitoral, com a possibilidade de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o orçamento prioriza áreas essenciais como investimentos públicos, Saúde, Educação e o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Com um total de R$ 6,53 trilhões previstos, o plano orçamentário busca fortalecer políticas sociais, infraestrutura e serviços básicos, ao mesmo tempo em que projeta um superávit fiscal de 0,25% do PIB.
- IBGE Abrirá 9.580 Vagas Temporárias para Agentes de Pesquisa e Supervisores em Todo o Brasil
- Forbes The Founders 2025: Os Empreendedores que Fazem a Diferença
Neste artigo, você confere os principais números, as áreas beneficiadas, os desafios envolvidos e o que esse orçamento representa para o Brasil em 2026.
Investimentos públicos: R$ 83 bilhões para acelerar o crescimento
O orçamento de 2026 prevê R$ 83 bilhões em investimentos públicos, um aumento de 8,7% em relação ao ano anterior. Desse total, R$ 52,9 bilhões serão destinados ao Novo PAC, que contempla obras de infraestrutura, transporte, energia, saneamento e habitação. O programa é considerado uma vitrine do governo e tem como objetivo destravar gargalos logísticos e gerar empregos.
Entre os projetos prioritários estão:
- Expansão de rodovias e ferrovias
- Modernização de portos e aeroportos
- Ampliação do acesso à energia limpa
- Obras do Minha Casa, Minha Vida
Apesar do aumento de recursos, técnicos alertam para riscos de atrasos em licitações e execução, o que pode comprometer o ritmo das entregas.
Saúde: R$ 245,5 bilhões para ampliar o atendimento
A área da Saúde receberá R$ 245,5 bilhões em 2026, um crescimento de 17,9% em relação ao orçamento de 2025. Esse reforço atende ao piso constitucional e contempla ações como atenção primária, assistência hospitalar, Farmácia Popular, maternidades especializadas e programas de prevenção.
O aumento é visto como essencial para enfrentar os desafios pós-pandemia, reduzir filas de espera e ampliar o acesso à saúde pública em regiões mais vulneráveis. Também estão previstos investimentos em tecnologia, digitalização de prontuários e fortalecimento da rede de atenção básica.
Educação: R$ 133,7 bilhões para garantir qualidade e inclusão

A Educação terá um orçamento de R$ 133,7 bilhões, com alta de 10,7% em relação ao ano anterior. Os recursos serão destinados à educação básica, alimentação escolar, infraestrutura de escolas, formação de professores e programas de incentivo à permanência estudantil.
Entre os destaques está o retorno do programa Pé-de-Meia ao orçamento oficial, com previsão de R$ 12 bilhões para apoiar estudantes do ensino médio em situação de vulnerabilidade. A complementação do Fundeb também será ampliada, passando de R$ 60,5 bilhões em 2025 para R$ 70 bilhões em 2026.
A meta é reduzir a evasão escolar, melhorar os indicadores de aprendizagem e garantir acesso universal à educação de qualidade.
Programas sociais: manutenção e expansão
O Bolsa Família terá orçamento de R$ 158,6 bilhões, valor semelhante ao de 2025. Já o Auxílio Gás será ampliado para R$ 5,1 bilhões, com objetivo de atender até 17 milhões de famílias. O Programa de Aquisição de Alimentos contará com R$ 778 milhões, beneficiando agricultores familiares e pessoas em insegurança alimentar.
Outros programas contemplados incluem:
- Apoio à segurança alimentar
- Incentivo à agricultura familiar
- Expansão da rede de proteção social
Essas medidas reforçam o compromisso do governo com a redução da desigualdade e o combate à pobreza.
Ciência, tecnologia e meio ambiente
O orçamento também prevê recursos para ciência e tecnologia, incluindo bolsas do CNPq, produção de radiofármacos e apoio à pesquisa. Na área ambiental, estão previstos investimentos em fiscalização do Ibama, gestão de unidades de conservação e financiamento climático.
Essas ações são fundamentais para promover inovação, sustentabilidade e preservação dos recursos naturais.
Meta fiscal e equilíbrio das contas públicas
O PLOA 2026 estabelece uma meta fiscal de superávit primário de R$ 34,3 bilhões, equivalente a 0,25% do PIB. A proposta busca manter o Regime Fiscal Sustentável, limitando o crescimento real das despesas em 2,5% ao ano.
A receita primária está estimada em R$ 3,185 trilhões, enquanto as despesas primárias somam R$ 3,195 trilhões. O orçamento também inclui R$ 40,8 bilhões em emendas parlamentares obrigatórias e R$ 1 bilhão para o fundo eleitoral.
Apesar da meta positiva, especialistas alertam para riscos relacionados a receitas não recorrentes, medidas ainda não aprovadas e despesas fora do teto, como precatórios e complementações constitucionais.
Salário mínimo e projeções econômicas
O salário mínimo será reajustado para R$ 1.631, um aumento de 7,44% em relação ao valor atual. A projeção de crescimento do PIB é de 2,44%, com inflação estimada em 3,60% e câmbio médio de R$ 5,76 por dólar.
Esses parâmetros influenciam diretamente a arrecadação, os gastos e a capacidade de investimento do governo.
O Orçamento de 2026 reflete uma estratégia de reforço em áreas essenciais para o desenvolvimento do país. Com foco em investimentos, Saúde, Educação e programas sociais, o governo busca equilibrar crescimento econômico, inclusão social e responsabilidade fiscal.
A proposta ainda será analisada pelo Congresso Nacional, podendo sofrer ajustes ao longo da tramitação. No entanto, os números já indicam que 2026 será um ano de grandes desafios e oportunidades para o Brasil.
Para acompanhar os desdobramentos e detalhes do PLOA 2026, confira a cobertura completa do O Globo, ND Mais e CNN Brasil.